“Tenham um pouco de paciência”, diz Guedes sobre recuperação econômica

Após a publicação de levantamento do jornal Folha de S.Paulo que mostra uma piora na maior parte dos indicadores do país nos primeiros meses da gestão de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (12) que o país precisa de uma sequência de reformas e pediu um tempo para que os efeitos sejam observados.

No domingo (11), ao ser questionado sobre o desempenho dos indicadores, Bolsonaro evitou fazer comentários e solicitou que a reportagem questionasse o ministro da Economia. “Pergunta para o Paulo Guedes”, disse na ocasião.

Nesta segunda, em discurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), Guedes falou sobre o desempenho da economia do país.

“Quebraram o setor elétrico, o setor de petróleo, os fundos de pensão e agora a economia parou. E agora, em cinco, seis meses ‘o Brasil não está andando. Culpa do novo governo’. Ora, senhores. Quem governou 30 anos o Brasil, a social-democracia, que fez muitas coisas boas, dê um ano ou dois”, disse o ministro.

A compilação de quase 90 indicadores nacionais, que vão da economia ao meio ambiente, mostra que a maioria deles regrediu nos primeiros seis meses da gestão de Bolsonaro.

A reportagem analisou 87 estatísticas oficiais e de estudiosos que têm números atualizados até algum ponto do primeiro semestre de 2019 e as cruzou com os dados de 2018. Desse total, 44 pioraram, 15 permaneceram estáveis e 28 apresentaram alguma melhora.

Entre os indicadores que mais apresentam deterioração estão os de educação, saúde e meio ambiente. Os dados oficiais reunidos pelo Ministério da Justiça apontam melhora nos índices de criminalidade. Na economia, há um equilíbrio.

“Dê um governo, dê uma chance de um governo de quatro anos para a liberal-democracia. […] Nós esperamos tantas vezes. Espera um pouquinho, espera quatro anos, vamos ver se melhora um pouco. Nos deem chance de trabalhar também”, completou Guedes.

O ministro afirmou que a crise estrutural no Brasil leva pessoas a deixarem o país. Segundo ele, o movimento começou com a fatia mais rica da população e depois foi se ampliando.

“Está indo todo mundo embora, o menino prefere lavar prato em Barcelona, entregar pizza em Boston do que ficar no Brasil, porque não há emprego. E os senhores acham que quem está criando esse desemprego foram esses quatro, cinco, seis meses de governo. Botem a mão na consciência e reflitam um pouco se não chegou o tempo das reformas”, afirmou.