Uma ideia, muita força de vontade e uma pitada de resiliência. Essa é a receita que os educadores vencedores do primeiro Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora, cuja cerimônia estadual foi realizada na última terça-feira (11), utilizaram para disseminar a cultura do empreendedorismo junto aos seus estudantes.
Seja por meio de desafios, festival ou mostra, o resultado não poderia ter sido diferente: a boa prática rendeu, além de prêmios e reconhecimento, a certeza de que o empreendedorismo carrega em si o futuro da inovação.
No Ensino Fundamental, a iniciativa vencedora foi a desenvolvida na Escola Agrotécnica de Sumé. De acordo com o Secretário Municipal de Educação de Sumé, Odilon Araújo, o projeto nasceu dentro da escola com o propósito de mudar a realidade dos alunos, oriundos da zona rural, por meio do aproveitamento do umbu, fruta abundante na região. Foi assim que surgiu o Umbu Fest, há nove anos, que logo tomou toda a cidade e se transformou no Festival do Umbu.
“O umbu antes era descartado e, agora, os alunos trazem para a escola, processam o fruto, produzem polpa, compota, pasteis, sucos e vitaminas para vender durante o festival, que dura uma semana. Realizamos entre abril e maio que é depois do período de chuvas e quando o fruto começa a surgir. O festival veio para mostrar a potencialidade da região”, destacou.
Já os estudantes da Escola Virgem de Lourdes, em Campina Grande, participam do projeto “Desafio Lourdinas de Empreendedorismo e Inovação”, que venceu na categoria do Ensino Médio e é iniciativa do supervisor de tecnologia e ensino da educação empreendedora Vicente de Paulo Albuquerque.
“Já estamos na quarta versão do projeto, no qual os alunos formam equipes para criar uma solução inovadora para um dado problema do município ou região. No ano passado, eles tinham de resolver o problema da desigualdade social, que é o décimo objetivo de desenvolvimento sustentável (ODS). As duas equipes vencedoras criaram as seguintes soluções: uma desenvolveu um biscoito da casca de banana, para que as produtoras do doce da fruta aproveitassem também a casca e lucrassem com isso. O biscoito é nutritivo e saboroso. Já a segunda equipe criou produtos de beleza, como xampus e cremes, com produtos naturais”, explicou.
Foto: Ascom
Para os estudantes do curso de Gastronomia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob o comando da professora Maria dos Remédios, um momento bastante esperado é o da Mostra de Empreendedores na Gastronomia, realizada ao fim da disciplina que ela ministra. Os alunos têm a oportunidade de criarem um plano de negócios, além de montar a estrutura da empresa, com os produtos e serviços que serão levados à mostra.
“Também convido empresários do setor para falarem sobre suas experiências, promovendo essa troca de informações. Eles avaliam as potencialidades dos alunos e se colocam como ‘investidores’. Os três projetos que receberem mais investimentos ganham a mostra. Mesmo não sendo fácil, não desisto de promover essa mostra entre os alunos porque sei da importância que é incentivar o empreendedorismo e como os alunos e o mercado reagem a essa ação”, afirmou.
O Prêmio – O Prêmio Sebrae de Educação Empreendedora está em sua primeira edição e teve, na Paraíba, um total de 14 inscrições nas categorias Ensino Fundamental, Médio e Superior. Durante a cerimônia de premiação, todos os projetos da etapa estadual foram reconhecidos.
O prêmio, que teve apoio técnico da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), foi concebido com o objetivo de identificar, estimular, reconhecer e divulgar as melhores práticas da educação empreendedora no Brasil.
“O Sebrae Paraíba reconhece a importância de disseminar a cultura empreendedora desde cedo nas escolas para que as crianças e jovens se tornem os protagonistas de sua própria história”, afirmou a gestora do programa de educação empreendedora da instituição, Nelijane Ricarte.
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