Homem é torturado com cabo de vassoura e choques em supermercado Extra

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem torturado com cabo de vassouras e choques dentro de um supermercado Extra localizado na Zona Sul de São Paulo. O homem teria siro torturado supostamente pelos seguranças do local.

No vídeo, as pessoas que aparecem torturando a vítima, obrigam o homem a falar: “galera, não rouba mais no Extra Morumbi”. Depois, eles batem nas mãos dele com um tipo de bastão de plástico e pedem pra dizer: “eu errei e me ferrei” e o homem repete. Na sequência, o homem começa a tremer e apanha de novo com o bastão.

Procurado, o Extra afirmou que demitiu um funcionário após investigar o caso internamente, e que afastou a empresa de segurança e os seguranças da unidade do Morumbi. De acordo com a rede, a princípio, o caso teria ocorrido em março de 2018. 

Confira nota:

“O Extra iniciou as apurações internas assim que tomou conhecimento do conteúdo das imagens. 

A empresa de segurança preventiva já fez um B.O. 

O colaborador envolvido foi imediatamente afastado quando tivemos conhecimento do conteúdo. E, hoje, depois de avaliada a conclusão parcial das apurações iniciais, ele foi desligado. A empresa de segurança e os seguranças envolvidos foram afastados das operações da loja quando tivemos conhecimento do conteúdo dos vídeos.

As apurações preliminares indicam que o ocorrido foi em março de 2018, na loja do Extra Morumbi”, diz a nota.

Caso semelhante aconteceu no supermercado Ricoy, também na Zona Sul da cidade. Nesta última nesta terça-feira (17), a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público e os dois seguranças acusados de torturar um adolescente de 17 anos em um supermercado na Zona Sul de São Paulo se tornaram réus.

David de OIiveira Fernandes e Valdir Bispo vão ser julgados por tortura, cárcere privado e divulgação de cenas de nudez.

A partir de agora, os advogados dos seguranças tem um prazo de dez dias para apresentarem defesa prévia, por escrito, contra a acusação. Na segunda-feira (16) a Justiça determinou a prisão preventiva dos seguranças.

De acordo com Fermison Guzman Moreira Heredia, advogado de Valdir Bispo, seu cliente “vai esclarecer para a Justiça o que aconteceu no momento oportuno”. “O processo corre em segredo de Justiça, acabei de ser informado sobre o recebimento da denúncia”, disse o advogado.

A GloboNews também conversou, por telefone, com Flávio Munhoz Assis, advogado do segurança David de Oliveira Fernandes. Ele disse que só fará qualquer declaração sobre o caso depois que conversar com o seu cliente sobre o recebimento da denúncia, o que ainda não aconteceu.

A Justiça marcou para o dia 11 de outubro a primeira audiência de instrução desse caso.

Agressão

Segundo o jovem torturado, a agressão aconteceu em agosto. O vídeo mostra ainda o jovem nu, com as mãos amarradas e a boca amordaçada, sendo chicoteado pelos seguranças em uma sala do supermercado Ricoy. Um dos seguranças confessou que gravou o vídeo.

O jovem conta ainda que foi chicoteado com fios elétricos trançados e ameaçado de morte. Segundo ele, essa foi a terceira vez que ele foi agredido por esses mesmos seguranças.

De acordo com o boletim de ocorrência, o adolescente disse que tentou furtar uma barra de chocolate quando foi abordado. Segundo o jovem, os dois seguranças o levaram para um quarto nos fundos da loja, onde ele foi despido, amordaçado e amarrado. Ele contou que foi chicoteado por cerca de quarenta minutos.

“Eu fui pegar um chocolate. Aí, eles me pegou [sic] me levou no quartinho me deu uma pá de chicotada. Aí ele falou que se eu falasse pra alguém ele ia me matar ainda, me ameaçou de morte. Muita maldade isso daí”, disse o jovem ao SP2.

O inquérito foi instaurado pelo delegado Pedro Luiz de Sousa, do 80º Distrito Policial, na Vila Joaniza.

Em nota, a assessoria de imprensa do supermercado disse que repugna a atitude dos seguranças e tomou conhecimento dos fatos por intermédio da reportagem. “A empresa repugna esta atitude e foi com indignação que tomou conhecimento dos fatos por intermédio da reportagem. Que a empresa não coaduna com nenhum tipo de ilegalidade e colaborará com as autoridades competentes envolvidas na apuração do caso, a fim de tomar as providências cabíveis”, diz a nota.