Luta contra a Aids chega ao marco de 30 anos com redução de 16% nos casos de infecção

O dia 1º de dezembro marca a luta contra a Aids. A data é estabelecida internacionalmente para promover a troca de informações, experiência sobre a doença e derrubar o preconceito social existente na sociedade.

O Dia Mundial da Luta Contra a AIDS permite falar sobre a infecção por HIV e AIDS, de se ocupar das pessoas infectadas pelo HIV e das doenças da AIDS, e de se saber mais sobre esta doença. Este dia internacional de ação coordenada contra a AIDS constitui já um evento anual na maior parte dos países.

No Brasil, o mês de dezembro é todo voltado para a conscientização sobre a Aids, desde a prevenção até os tratamentos disponíveis. Apesar de ainda não ter cura, o SUS disponibiliza gratuitamente o tratamento através de medicamentos antirretrovirais que combatem o vírus e fortalecem o sistema imunológico.

Ainda assim é importante a continuidade do tratamento da AIDS para diminuir a carga viral, aumentando o tempo e qualidade de vida do portador do vírus, e também para diminuir as chances de desenvolver doenças relacionadas a AIDS como a tuberculose e a pneumonia.

Há 30 anos, no dia 27 de outubro de 1988,  foi instituído pela Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de Saúde o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Cinco anos após a descoberta do vírus causador da aids, o HIV, 65,7 mil pessoas já tinham sido diagnosticadas com o vírus, e 38 mil já tinham falecido.

Para marcar a data e relembrar as lutas e todas as conquistas na resposta global ao HIV, o Ministério da Saúde vai cobrir a Esplanada dos Ministérios com um imenso mosaico formado por colchas de retalhos (quilt em Inglês). Essa era uma prática na década de 80 para lembrar as vítimas da aids.

As colchas foram feitas por qualquer pessoa que quis participar e deixar marcada a sua contribuição na luta contra a epidemia que ainda não foi vencida, apesar dos avanços conquistados até aqui. Será também um espaço plural para deixar registrado seu compromisso para combater o preconceito, o estigma e a desinformação em torno do HIV/aids.

Todas as mensagens serão impressas em tecidos para formar o mosaico de colchas na Esplanada dos Ministérios no Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

Redução dos casos de Aids

O Brasil chega aos 30 anos de luta contra o HIV e aids com registro de queda no número de óbitos por aids no país. Segundo o novo Boletim Epidemiológico, divulgado nesta terça-feira (27/11) em Brasília, em quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017. A garantia do tratamento para todos, lançada em 2013, e a melhoria do diagnóstico contribuíram para a queda, além da ampliação do acesso à testagem e redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. O Ministério da Saúde também lançou uma nova campanha publicitária lembrando os 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

“É a primeira vez em 20 anos que temos uma queda tão expressiva nas taxas da mortalidade”, comemora a diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, Adele Benzaken. Ela lembra que da última vez que o país registrou quedas tão expressivas, foi entre 1996 e 1997, com a chegada da terapia tríplice, o chamado coquetel, para tratamento das pessoas que vivem com o vírus.

Os novos números da epidemia revelam que, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil, um registro anual de 40 mil novos casos. Em 2012, a taxa de detecção de aids era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, queda de 15,7%. Em quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela doença, passando de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.


Polêmica Paraíba com Ministério da Saúde/Foto: Internet