Entenda o processo de terceirização da gestão do futebol do Campinense

Terceirizar a gestão do Departamento de Futebol. Parece ser essa a solução para os problemas financeiros atravessados pelo Campinense, que vive um bom momento dentro de campo. Contudo, há muita instabilidade administrativa desde o banimento do empresário William Simões do esporte, e seu consequente afastamento da Presidência do clube por ordem da Justiça.

No final de outubro, o também empresário Félix Braz, o Felinho, então vice, renunciou ao cargo máximo da Raposa dias depois de tomar posse. A cadeira de presidente, então, ficou com o sindicalista Antonino Macedo, que deixou de ser presidente do Conselho Deliberativo para assumir a Executiva, conforme entendimento do estatuto rubro-negro.

A comissão técnica chefiada por Francisco Diá foi mantida. E o treinador, praticamente sozinho, montou o elenco que atualmente lidera o Grupo B do Campeonato Paraibano e caminha, sem sustos, para se classificar às semifinais.

Foto: Paraibaonline

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Se dentro de campo técnico e jogadores estão dando conta do recado, mesmo diante dos problemas financeiros, fora das quatro linhas os conselheiros do clube têm mantido reuniões diárias com um grupo de empresários.

Em pauta está a discussão de terceirização da gestão do futebol rubro-negro, em uma parceria “clube-empresa” semelhante ao modelo adotado pelo Figueirense.

O Alvinegro catarinense, na prática, entregou suas chaves para um grupo de investidores por 20 anos. Eles, mediante um contrato, serão responsáveis pelos rumos do, agora, Figueirense S.A.

O Figueirense Futebol Clube segue existindo, com presidente eleito e Conselho Deliberativo. Essas duas pastas, porém, não têm poder de decisão, ficando apenas com 5% das ações do clube-empresa e a prerrogativa de fiscalizar as ações dos novos gestores.

A ideia em discussão no Campinense é parecida.

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Empresário conversa com Diá durante treino do Campinense. Foto: Paraibaonline

O empresário José Duarte (foto), que tem atuação em diversas áreas, dentre as quais uma lavanderia ecológica para automóveis e sites de apostas esportivas, é quem encabeça o grupo interessado em assumir a Raposa.

Duas de suas empresas já patrocinam o clube, em contrato assinado ainda em 2018, sob a gestão de William Simões.

Na tarde desta terça-feira (26), quando o elenco rubro-negro se reapresentou após a vitória diante do Nacional, em Patos, pela sétima rodada do Paraibano 2019, Duarte e outro empresário conhecido como Lamartine, um dos seus sócios, se reuniram com os jogadores para tratar das questões financeiras mais urgentes.

Pelo que apurou o PARAIBAONLINE, na noite de segunda-feira (25), em outra reunião com o Conselho Deliberativo, o grupo de empresários iniciou, junto com uma comissão de conselheiros e funcionários do clube, um levantamento sobre dívidas e obrigações da Raposa.

Foto: Paraibaonline

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O objetivo é fazer um levantamento de todas pendências rubro-negras. De posse desse relatório, os empresários vão apresentar uma proposta de investimento e contrato, com detalhes sobre os respectivos percentuais na captação das receitas devidamente amarrados no acordo.

A partir dessa proposta, o Conselho Deliberativo do Campinense votará se a parceria será fechada ou não. A tendência, pelo que se comenta nos bastidores, é de que essa terceirização da gestão  seja aprovada.

Enquanto a parte burocrática não se resolve, ao que parece, José Duarte e seus sócios devem começar a gerir os rumos administrativos do Rubro-Negro.