Debilitada, idosa é resgatada de casa com entulhos, ratos e baratas, na Paraíba

Uma mulher de 76 anos foi resgatada de sua própria casa, vítima de autonegligência, na quinta-feira (7). Ela estava bastante debilitada, mas não aceitava ajuda nem do próprio filho. Ela foi conduzida ao Hospital Padre Zé.

A Promotoria recebeu relatórios sobre a situação da idosa, encaminhados pelas equipes técnicas do Centro de Referência Especializado de Assistência Social e Distrito Sanitário II, da Secretaria de Saúde do Município, atestando que a idosa estava em situação de extrema vulnerabilidade, mas não aceitava receber ajuda do filho ou de vizinhos. O MPPB foi acionado em virtude de que a idosa estava isolava e mantinha uma atitude antisocial.

O resgate foi feito pela Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania e dos direitos Fundamentais com a participação da assistente social e psicóloga Kaline Gomes, estagiária voluntária do MPPB, com a solidariedade dos vizinhos e também do filho da idosa. A providência se constituiu em medida específica de proteção à vulnerável, prevista na Lei 10.741/2003.

“Ela estava bastante debilitada, desnutrida, desidratada, arredia e com visível aspecto de sofrimento psicológico. Estava prostrada em uma rede, sem nenhum asseio corporal e desesperançada da vida. Pouco se alimentava. Sua casa estava hermeticamente fechada. Ela não atendia aos chamados do filho e dos vizinhos. Vivia trancada em sua casa, amontoada de entulhos, animais domésticos, ratos e baratas, inspirando e respirando aquele odor insuportável de suejeira, detritos e podridão”, relatou a promotora Sônia Maia.

Depois de resistir, a mulher foi levada ao banho, tendo uma vizinha oferecido toalha limpa, sabonete, xampu e perfume. De acordo com a promotora de Justiça, o hospital recebeu a senhora, atendendo a solicitação do Ministério Público, como sempre tem feito para acolher pessoas carentes e hipossuficientes encaminhadas para lá. Ela foi colocada em um leito e recebeu cuidados.

No hospital, a promotora teve a oportunidade de conversar com outra idosa que está de alta hospitalar à espera da neta para levá-la para casa. “Ela me confidenciou: ‘Minha filha, eu criei minha neta desde criança. Será que ela ainda me quer em casa?’. Eu fiz um afago e respondi que certamente, porque lugar de idoso é com a família, conforme o Artigo 3 do Estatuto do Idoso. Neste dia da Mulher, que Deus proteja a todas as mulheres, mães, trabalhadoras, guerreiras, pobres ou afortunadas, tristes e alegres, que tem um lar ou estão em situação de rua ou nos abrigos esquecidas dos filhos e netos a quem tanto amaram e continuam amando”, desejou Sônia Maia.

 

WSCOM