Matrix estava escondido na mata, a menos de dois quilômetros do local em que seu parceiro foi morto em confronto com os policiais, na Villa Ygatimi, departamento de Canindeyú. Com ele, os policiais apreenderam uma pistola 9 mm. De acordo com o ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, o foragido estava debilitado pelo período passado escondido no mato, por isso foi levado a um hospital e passou por reidratação. Matrix foi levado para a capital e está custodiado no Grupamento Especializado, principal penitenciária de Assunção.
Conforme Villamayor, com base em antecedentes, será decidido se ele será expulso para o Brasil ou extraditado para a Argentina, onde também responde a processos criminais. A Argentina formalizou pedido de extradição de Ximenez, mas a decisão cabe às autoridades paraguaias. Segundo ele, o destino do preso será definido “o mais rápido possível”. Em sua conta no Twitter, o presidente paraguaio Mario Abdo felicitou a Polícia Nacional pela recaptura “de um dos principais chefes da organização PCC”.
Ximenez foi preso em 2014, em Ciudad del Este, pela participação em assalto a um carro-forte. Condenado a 20 anos de prisão em território paraguaio, ele já havia fugido da prisão anteriormente com outros 12 presos. Matrix assumiu o comando do PCC na fronteira após a prisão do ex-líder Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, no início de fevereiro, em Camboriú, litoral de Santa Catarina.
Rebelião
A prisão de Matrix faz parte de um grande esforço que o país vizinho realiza para conter o avanço de facções brasileiras no país. Nesta quinta-feira (7), um grupo de novos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) tomaram um agente penitenciário como refém e comandaram uma rebelião, na penitenciária de Coronel Oviedo, departamento de Caaguazú, no Paraguai.
Conforme a Polícia Nacional, os revoltosos exigiam a renúncia do diretor Quintín González e melhoria nas condições dos presos. O guarda-cárcere Pablino Vera foi rendido pelos presos armados com estiletes e facas improvisadas. Os rebelados ameaçaram cortar sua cabeça e o feriram no rosto.
O motim teve início no Pavilhão C, quando o agente fazia a contagem de rotina dos presos. Ele foi rendido por detentos empunhando armas brancas, feitas no interior do presídio. O guarda teve os pés e as mãos amarrados. Os cinco presos que lideraram o motim foram identificados como novos integrantes do PCC no Paraguai. Eles ameaçavam matar o refém e colocar fogo nas celas, exigindo a presença de juízes e autoridades do governo.
Depois de cinco horas de negociação, a Polícia Nacional conseguiu conter o motim e libertar o refém. O ministro da Justiça, Julio Javier Rios, esteve na penitenciária e prometeu melhorar as condições dos internos em todos os cárceres do país. Segundo ele, os motivos do motim serão investigados. O ministro admitiu que a facção paulista estende seus tentáculos por países vizinhos, como o Paraguai, e tenta controlar os presídios. No ano passado, membros do PCC lideraram uma rebelião na penitenciária de Tacumbu, em Assunção.
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