Moro celebra prisões no caso Marielle e afirma que PF trabalha contra obstruções

O ministro Sergio Moro celebrou via rede social a prisão de dois suspeitos de participarem do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na manhã desta terça-feira (12). O titular da pasta da Justiça disse que a Polícia Federal tem trabalhado contra tentativas de obstrução das investigações.

Moro afirmou que espera que as prisões e buscas sejam “mais um passo para a elucidação completa deste grave crime e para que todos os responsáveis sejam levados à Justiça”. Ao menos 34 imóveis ligados à investigação tiveram mandados de busca e apreensão expedidos.

“Moro lembra que a Polícia Federal tem contribuído e continuará contribuindo com todos os recursos necessários para a continuidade das investigações do crime e das tentativas de obstrui-las”, afirmou a postagem feita pelo Ministério da Justiça, no Twitter.

Depoimentos colhidos pelo Ministério Público ao longo da investigação indicariam um esquema voltado para impedir a elucidação dos mandantes e executores reais do crime, que incluía agentes públicos de diversos órgãos, milícias, organização criminosa e a contravenção.

O assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes completa um ano nesta quinta-feira (14), ainda sem esclarecimento. A dois dias da data, foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, 46.

Lessa seria quem disparou a arma que matou a vereadora e seu motorista. De acordo com a promotoria, ele seria o executor do crime.

Já Queiroz estaria, segundo o Ministério Público, no carro quando os tiros foram disparados.

A reportagem apurou que os dois também foram denunciados por tentativa de homicídio da assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado.

Além dos pedidos de prisão, a promotoria pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de Lessa. E também a indenização por danos morais das famílias da vítima e pensão em favor do filho de Anderson Gomes até ele completar 24 anos.

Gomes levava Marielle e a assessora de um evento da Lapa, centro, para a Tijuca, zona norte do Rio. No meio do caminho, em uma região do centro conhecida como Cidade Nova, um carro emparelhou com a do vereadora e uma pessoa disparou, segundo a polícia, uma arma automática.

Entidades ligadas aos direitos humanos e a viúva de Marielle, Mônica Benício consideram a operação um passo importante nas investigações, mas lamentam que a principal pergunta –quem mandou matar a vereadora– ainda não tenha sido respondida.