Agricultores de Ouro Velho recebem apoio na vacinação contra a brucelose

Secretaria de Desenvolvimento Rural de Ouro Velho esteve nesta quinta-feira, dia 21, apoiando os agricultores, realizou vacinação contra a Brucelose.

A ação contou com a presença do técnico agropecuário, Carlos Eduardo, que realizou a vacinação em vários animais distribuídos em diversas comunidades rurais de Ouro Velho.

A secretária Amara Célia Menezes agradeceu o apoio do técnico, bem como, a colaboração dos agricultores envolvidos. “O Projeto tem como objetivo especifico a de diminuir a incidência da doença nas pequenas propriedades, capacitar os produtores em relação a correta aplicação de vacinas, diminuir o número de pessoas contaminadas pela Brucelose, seja através da aplicação ou do manejo com os animais e auxiliar na melhoria do manejo sanitário do rebanho dos pequenos produtores.

A doença

As bruceloses são enfermidades de distribuição mundial ainda que haja países que as erradicaram como os nórdicos ou as mantêm controladas como os E.U.A., Canadá entre outros países. Todas as espécies domésticas são sensíveis com a ressalva da adaptação, assim, B. abortus geralmente infecta os bovinos, mas pode-se encontrá-la causando enfermidade em outros animais e o mesmo vale para as outras espécies de Brucella.

A infecção ocorre nos bovinos de todas as idades, porém é mais comum nos animais sexualmente maduros, particularmente nos bovinos leiteiros.

O sexo, a estação do ano e o clima não têm influência na apresentação da doença, mas a idade sim, pois as Brucellas são muito mais infectantes para animais púberes, ainda que possam ocorrer em impúberes.

Os bezerros mesmo que se infectem por mamar leite contaminado, ou mais tarde ainda durante sua fase impúbere, geralmente eliminam o agente, entretanto há alguns casos bem comprovados de transmissão vertical em bovinos, isto é, bezerras nascidas de vacas doentes em que houve longo silêncio do agente que mais tarde foi isolado dessas fêmeas. Não há transmissores nem vetores especiais e os principais reservatórios são os próprios animais doentes. As fontes de infecção mais comuns são a água, alimentos e fômites contaminados por aborto.

A morbidade é bastante variável. A doença se mantém endêmica e propriamente não há letalidade nem mortalidade, a não ser que se computem os fetos abortados ou neonatos doentes que vêm a morrer; o adulto infectado não morre pela enfermidade. A única ocasião em que a brucelose se comporta como epidemia, causando surto de abortos, é quando recém ingressa numa criação. Vários inquéritos sorológicos têm sido feitos em bovinos e, no Brasil praticamente todos têm assinalado mais de 10% de bovinos positivos.

As consequências da doença bovinas são as perdas de bezerros devido ao aborto com 6 meses ou posterior (por volta de um terço dos animais infectados abortam), esterilidade ou infertilidade do macho a até da fêmea.

Ingestão, contato direto, inalação e inoculação acidental são as formas de infecção brucélica. Leite e derivados, em especial o queijo fresco, são as fontes mais frequentes de infecção por ingestão em humanos. A pasteurização do leite reduziu bastante o risco desse tipo de infecção, embora seja ainda muito difundido, em todo o país, o hábito de se tomar leite cru.

A infecção por contato é frequente em pessoas que trabalham com animais ou seus produtos, tais como, veterinários, magarefes, funcionários de frigoríficos e os que ordenham vacas e cabras. As Brucellas penetram na pele integra, mas pequenas lesões facilitam o contágio. Esterco e pasto são fontes de bactérias viáveis durante meses após a contaminação. Assim, o local onde o feto foi abortado é fonte de infecção, mesmo que o contato com indivíduo seja apenas com o capim.

Patologia

A doença é transmitida através da ingestão, penetração da pele e da conjuntiva intactas, bem como da contaminação do úbere durante a ordenha. O microorganismo não se multiplica no meio ambiente, porém persiste meramente, e a viabilidade do microorganismo fora do hospedeiro é muito influenciada pelas condições ambientais existentes.

A pastagem sobre o pasto infectado ou o consumo de outros alimentos e dos suprimentos de águas contaminados pelos corrimentos e pelas membranas fetais de vacas infectadas, bem como o contato com fetos abortados e bezerros recém- nascidos infectados são os modos mais comuns de disseminação.

O feto, ao ser abortado, deixa retenção placentária e nas células cotiledonárias podem ser observadas imensas quantidades do agente; geralmente apresenta-se um pouco edematoso, o que pode ser difícil de estimar; pode apresentar líquido sero-sanguinolento na cavidade abdominal e na torácica e, quase sempre apresenta broncopneumonia, que microscopicamente mostra predomínio amplo de macrófagos sobre o componente neutrofílico.

Depois do aborto, a Brucella tende a ser eliminada do útero, porém em muitos animais resta endometrite difusa de longa duração, que interfere com a fertilidade e fecundidade das vacas. Em geral, por período de alguns meses é possível isolar Brucella no útero.

Os órgãos em que as Brucellas permanecem nas vacas são as mamas e linfonodos mamários, causando granulomatose geralmente discreta, ás vezes com a presença de alguns gigantócitos de tipo Langhans. Outros locais, dos quais pode ser eventualmente isoladas após anos são os linfonodos pélvicos e faríngeos e eventualmente do fígado e baço.

O microorganismo passa do ponto de entrada via linfáticos para os nódulos linfáticos regionais e após multiplicação para o duto torácico via corrente sanguínea para os órgãos parenquimatosos e outros tecidos. As Brucellas são principalmente intracelulares em macrófagos e focos granulomatosos se desenvolvem em tecidos linfáticos, fígado, baço, medula óssea, e outras localizações. Em certas ocasiões estes focos granulomatosos ou nódulos podem formar abscessos.

A predileção que as Brucellas têm pela placenta, fluídos fetais e testículos do touro é atribuída ao eritritol. Esse álcool poliídrico tem se mostrado estimulante do crescimento de Brucellas.

Achados Clínicos

Os achados clínicos dependem do estado imune do animal. No gado prenhe não-vacinado altamente susceptível, o abortamento após o quinto mês de gestação é uma característica da doença nos bovinos. Nas gestações subsequentes, o feto normalmente é gerado a termo, embora um segundo ou, mesmo um terceiro abortamentos possam ocorrer na mesma vaca. As retenções de placenta e metrite são sequelas comuns de abortamentos. As infecções mistas costumam ser a causa da metrite, que pode ser aguda, com septicemia e óbito em seguida, ou crônica levando a esterilidade.

Com o passar do tempo e gestações a frequência de abortamentos diminui, os abortamentos são mais restritos para as novilhas de primeiro parto e também as recém introduzidas no rebanho, isso ocorre porque os outros animais do rebanho adquiriram resistência parcial ao agente. Nos anos recentes, particularmente nas áreas onde a vacinação é extensamente praticada, uma forma insidiosa da doença pode-se desenvolver se disseminado muito mais lentamente, sendo por consequência muito menos abortamentos.

Alguns autores ressaltam que nos touros a orquite e a epididimite ocorrem ocasionalmente. A bolsa escrotal pode ser acometida com edema doloroso, agudo, duas vezes o tamanho normal, embora os testículos possam não se encontrar macroscopicamente aumentados de volume. O edema persiste por um longo e considerável período, e o testículo sofre necrose de liquefação e é normalmente destruído. As vesículas seminais podem ser acometidas, e seu aumento de volume detectado na palpação retal.

Os touros acometidos normalmente ficam inférteis, quando a orquite é aguda, mas poderão retomar a fertilidade normal se um testículo estiver intacto. Tais touros serão potenciais disseminadores da doença, se forem usados para a inseminação artificial.