Seleção para programas de Assistência Estudantil da UFCG tem 2,4 mil inscritos

Essencial para a permanência de grande parte dos estudantes no ensino superior, os programas de Assistência Estudantil da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) vêm apresentando, a cada período letivo, uma demanda crescente. Só no último edital de seleção unificada, lançado em fevereiro, foram realizadas quase 2.400 inscrições para 860 vagas, nas modalidades Residência Universitária, Auxílio Moradia, Restaurante Universitário e Programa de Auxílio ao Ensino de Graduação.

Para garantir que sejam selecionados apenas estudantes que realmente façam jus aos benefícios, é feita uma extensa avaliação e análise da realidade social da cada inscrito, trabalho realizado pelo Setor de Serviço Social da instituição, que, em alguns casos, chega a realizar visitas às residências de candidatos para verificar a veracidade dos dados informados.

“Toda a situação do aluno é analisada ponto a ponto, cadastro por cadastro. Nossa avaliação é feita a partir da renda do estudante e dos processos de agravamento dessa situação, como desemprego, a família ser monoparental, etc. Analisamos toda a documentação trazida e depois preenchemos uma ficha de avaliação socioeconômica, acrescentando nossas observações sobre a situação. A gente gasta em torno de meia hora só na ficha. Não é um trabalho de produção”, explica a coordenadora, Verônica Fernandes, destacando que os assistentes sociais atendem a demandas de todos os campi (Campina Grande, Cuité, Sumé, Pombal, Patos, Sousa e Cajazeiras).

Para a classificação dos estudantes, o setor conta com o suporte de um sistema desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Produção da UFCG. Entretanto, todo o processo anterior à essa etapa só pode ser feito manualmente. “Encaminhamos uma planilha com a pontuação realizada a partir da avaliação socioeconômica. O sistema faz a classificação após o nosso parecer, comparando aluno por aluno em todos os quesitos avaliados. Cada um gera um índice, cuja classificação se dará com base nele. Quanto maior o índice de vulnerabilidade, maior a prioridade”, acrescenta.

Verônica lembra que, por conta da alta demanda do setor, o único programa em que é realizada a etapa de entrevistas é a da Residência Universitária, uma vez que os pedidos têm maior urgência. Na modalidade, o estudante tem direito a auxílio transporte, alimentação e estadia. “Seria muito importante que a gente pudesse entrevistar todos, porque são histórias, são palavras que não estão ditas aqui nesse formulário, coisas que nos acrescentam e que enriquecem a nossa avaliação, mas, infelizmente, não temos condição. Há histórias que levam mais de uma hora, então, a gente só terminaria as entrevistas no ano seguinte”, diz.

A assistente social enfatiza ainda a responsabilidade da atividade desenvolvida pelo Setor. “São questões que estão profundamente arraigadas ao olhar que se tem. Muitas vezes o pessoal acha que isso aqui é um sorteio, que a gente não olha, que é de forma livre ou que escolhemos pela cara. As pessoas não têm ideia da responsabilidade que a gente tem e da luta que reiteramos em cada relação que a gente faz”, finaliza.

(Ascom UFCG)