Em entrevista à Arapuan FM, ontem sexta (22), Cabo Gilberto taxou o deputado Wellington Roberto de ditador e diz que já esperava ser retirado da presidência do PL na capital paraibana.
O deputado federal Cabo Gilberto disse que nada vai mudar para ele em relação a sua destituição da presidência do Partido Liberal (PL) em João Pessoa. Em entrevista ao programa 60 Minutos, da Arapuan FM, nesta sexta-feira (22), ele taxou o deputado federal Wellington Roberto de ditador e diz que já esperava ser retirado da presidência da legenda na capital paraibana. Em alguns pontos da entrevista, Gilberto fala em nome do grupo formado por ele, Walber Virgolino e Nilvan Ferreira.
O Cabo Gilberto deixa claro acreditar que “quem me derrubou foi Wellington Roberto. Tudo isso que está acontecendo é [ação de] Wellington Roberto. Essa conversa de que o presidente Valdemar e botando a culpa em Bolsonaro para querer confundir a mente das pessoas, isso não existe. Tudo partiu de Wellington Roberto.”
Ele acrescenta que “isso não vai mudar em nada. Não vamos apoiar o candidato de Caio Roberto. Ele entregou oficialmente hoje o partido à esquerda. Não irei participar dessa trama do deputado federal Wellington Roberto. A gente pode procurar outra casa se eu for expulso. O que Wellington quer fazer com seus aliados? Ele quer fazer como se eu fosse brigar com o presidente [ex-presidente Jair Bolsonaro]. Já sabíamos que isso iria acontecer e era só questão de tempo”, relatou o Cabo Gilberto à Arapuan FM, destacando a sua destituição da presidência do PL e o apoio anunciado hoje de Caio Roberto ao governador João Azevêdo.
Na opinião do Cabo Gilberto, “houve um claro boicote do PL à nossa candidatura, à nossa chapa proporcional e majoritária [nas Eleições 2022]. Provamos por A mais B que o PL é ‘Lula livre’ e que está com João Azevêdo e agora a comprovação do que já sabíamos. O filho do deputado federal Wellington Roberto, que dirige o partido como ‘coroné’, está com o governador como esteve lá no segundo turno [em 2022]. E, quando eu assumi o diretório municipal, não queriam que o nosso grupo ficasse forte, entrando em luta com os conservadores a todo momento.”
Espaço político
Gilberto aponta que a motivação para essa destituição é de que se trata de uma “questão de espaço político. Ele não quer que o nosso grupo fique fortalecido aqui na Capital e nem na Paraíba. Ele já fez acordo com partido para apoiar Ruy Carneiro no segundo turno, já está com o governador desde o segundo turno [de 2022] porque Wellington Roberto não tem lado. O lado dele é governo, ele sabe ser governo, é a vida política dele. Agora eu não faço política dessa forma.”
O Cabo Gilberto concluiu dizendo que “não iremos apoiar o candidato de Wellington Roberto, respeitando a decisão partidária. O nosso plano está mantido da mesma forma, não vai alterar nada. Até porque não fui pego de surpresa porque eu já sabia que isso iria acontecer porque eu não tinha ingerência nenhuma no partido.”
Marcelo Queiroga
A destituição do Cabo Gilberto foi uma decisão da Executiva Nacional do PL e foi anunciada nesta sexta-feira (22). A mudança no comando teria sido um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Quem assumiu o comando do diretório municipal foi o ministro Marcelo Queiroga, pré-candidato a prefeito de João Pessoa. Essa pré-candidatura contraria os desejos e planos de Gilberto, Walber e Nilvan, o que tem provocado os embates dos últimos meses entre os dois lados.
FONTE: Click PB