Especialistas apontam que operação em outubro de 2024 fez com que iranianos perdessem capacidade de defender o território. Orçamento militar menor e enfraquecimento de aliados também contribuem para superioridade israelense.
Os ataques de Israel no conflito com o Irã — que começou na última sexta-feira (13) e continua nesta segunda (16) — já somam 224 mortes, incluindo a de líderes militares e cientistas iranianos. Mesmo diante de retaliação por parte de Teerã, especialistas apontam vantagem das forças israelenses ao realizarem ataques que conseguem contornar a defesa aérea iraniana, matar autoridades e atingir instalações nucleares.
Os ataques de Israel:
- Mataram líderes militares como Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Kazem, chefe de inteligência da corporação, Mohammad Bagher, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã;
- Mataram, também, cientistas considerados essenciais para os programas nucleares e de mísseis em ações secretas realizadas por comandos treinados pelo Mossad;
- Atingiram a principal usina nuclear do Irã, Natanz, destruindo toda a infraestrutura elétrica, os geradores emergenciais de energia e uma seção onde o urânio era enriquecido. Houve danos significativos às instalações nucleares de Isfahan
- Conseguiram destruir uma aeronave de abastecimento no extremo leste do Irã, a 2,3 mil km – alvo mais distante até aqui.
- Atingiram diversos bairros da capital iraniana, Teerã;
- E deixaram 224 mortos, incluindo civis.
Os ataques do Irã deixaram danos menores. Desde o início do conflito, 22 pessoas morreram em Israel, e não há registros de ataques de grande porte bem-sucedidos contra instalações ou comandantes militares.
Para especialistas, o conflito expõe a dificuldade de Irã em defender seu território e atacar o adversário.
Veja abaixo três fatores que contribuem para essa superioridade israelense até aqui.
Em 2024, Israel destruiu estruturas de defesa aérea do Irã
Um dos fatores que permitiram a Israel construir a vantagem atual foi uma operação realizada em outubro de 2024.
À época, Israel lançou três ondas de ataques com foco em neutralizar baterias de defesa aérea iranianas, como o sistema S-300.
“O objetivo era degradar, essa capacidade defensiva do Irã, abrindo o caminho para ataques mais profundos no futuro”, disse Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin.
Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, o episódio foi determinante para que Israel tivesse facilidade para penetrar o espaço aéreo iraniano.