Como Israel contornou defesa aérea, atingiu instalações nucleares e matou autoridades do Irã

Os ataques de Israel no conflito com o Irã — que começou na última sexta-feira (13) e continua nesta segunda (16) — já somam 224 mortes, incluindo a de líderes militares e cientistas iranianos. Mesmo diante de retaliação por parte de Teerã, especialistas apontam vantagem das forças israelenses ao realizarem ataques que conseguem contornar a defesa aérea iraniana, matar autoridades e atingir instalações nucleares.

Os ataques de Israel:

  • Mataram líderes militares como Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Mohammad Kazem, chefe de inteligência da corporação, Mohammad Bagher, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã;
  • Mataram, também, cientistas considerados essenciais para os programas nucleares e de mísseis em ações secretas realizadas por comandos treinados pelo Mossad;
  • Atingiram a principal usina nuclear do Irã, Natanz, destruindo toda a infraestrutura elétrica, os geradores emergenciais de energia e uma seção onde o urânio era enriquecido. Houve danos significativos às instalações nucleares de Isfahan
  • Conseguiram destruir uma aeronave de abastecimento no extremo leste do Irã, a 2,3 mil km – alvo mais distante até aqui.
  • Atingiram diversos bairros da capital iraniana, Teerã;
  • E deixaram 224 mortos, incluindo civis.

Os ataques do Irã deixaram danos menores. Desde o início do conflito, 22 pessoas morreram em Israel, e não há registros de ataques de grande porte bem-sucedidos contra instalações ou comandantes militares.

Para especialistas, o conflito expõe a dificuldade de Irã em defender seu território e atacar o adversário.

Veja abaixo três fatores que contribuem para essa superioridade israelense até aqui.

Em 2024, Israel destruiu estruturas de defesa aérea do Irã

Um dos fatores que permitiram a Israel construir a vantagem atual foi uma operação realizada em outubro de 2024.

À época, Israel lançou três ondas de ataques com foco em neutralizar baterias de defesa aérea iranianas, como o sistema S-300.

“O objetivo era degradar, essa capacidade defensiva do Irã, abrindo o caminho para ataques mais profundos no futuro”, disse Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin.

Para Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, o episódio foi determinante para que Israel tivesse facilidade para penetrar o espaço aéreo iraniano.

“Se a gente quiser fazer uma frase: hoje, os céus iranianos são de Israel”, afirmou o especialista em entrevista à GloboNews no domingo (15).
FONTE: G1