Estados Unidos suspendem importação de 11% de lotes carne fresca do Brasil

Os Estados Unidos suspenderam temporariamente a compra de carne in-natura brasileira. O embargo foi anunciado na quinta-feira. Desde março, após a Operação Carne Fraca, os norte-americanos passaram a inspecionar todos os lotes de carne in natura vendidos pelo Brasil – 11% foram rejeitados. O motivo foi uma reação da vacina contra febre aftosa, uma espécie de lesão, que é comum segundo os pecuaristas. Não afeta a qualidade do produto, mas não é aceita naquele país.

“Claramente houve falha no processo. A indústria deveria ter observado isso e retirado. A reação é natural, mostra que fez efeito, o que não é normal é que, em pleno século XXI, as vacinas terem tanta reação assim”, fala o diretor-executivo da Acrimat, Luciano Vacari.
O sindicato que representa os frigoríficos no estado do Mato Grosso também cobra essa melhoria, e explica que nem sempre essas lesões são visíveis, o que prejudica o processo de limpeza da carne.
“Pode acontecer de um animal ou outro passar porque não é visível, às vezes fica intramuscular”, explica o presidente da Sindfrigo, Luiz Carlos Freitas.
O veto temporário à carne in natura do Brasil interrompe precocemente um canal de exportação que demorou muito tempo pra ser aberto. Foram 17 anos de negociação para convencer os norte-americanos a comprar o produto brasileiro.
Entre janeiro e maio os Estados Unidos foram o oitavo principal destino da nossa carne bovina in natura. Cerca de 12 mil toneladas foram embarcadas para lá, movimentando quase US$ 49 milhões. São números tímidos se comparados com o de outros compradores, mas vender para os norte-americanos significa credibilidade. Por isso, perder este mercado preocupa tanto o setor, afinal, imagem arranhada pode custar caro.
“Temos um problema de abscesso, um problema sanitário, e uma pressão por parte dos produtores americanos, das associações que não querem ver carne brasileira lá. Somos grandes concorrentes a nível mundial e estamos vendendo carne pra eles. Então tem as duas coisas: a sanidade e a questão de comércio mesmo”, delara o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Já havia uma reunião agendada para 13 de julho entre técnicos do Ministério da Agricultura do Brasil e dos Estados Unidos. O ministro Blairo Maggi vai tentar antecipar essa reunião para discutir a suspensão das importações.

CARIRI EM AÇÃO

Com G1/Foto: Google

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