PMDB paraibano perde quadros e força na bancada federal

Expoentes do PMDB paraibano, preocupados com a perda de quadros na bancada federal do partido, pretendem persuadir o senador José Maranhão, presidente do diretório estadual, a atuar com urgência para evitar consequências mais graves como o enfraquecimento da legenda na disputa eleitoral de 2018 em todos os níveis no Estado. Os deputados federais Veneziano Vital do Rêgo e André Amaral, de acordo com as versões, estariam em marcha batida para se desfiliar do PMDB, ficando na bancada apenas o deputado Hugo Motta. Mesmo a permanência de Motta é considerada uma incógnita, pelo isolamento a que ele está sujeito, o que ocasiona desmotivação, segundo fontes partidárias.

O caso de maior impacto é o de Veneziano Vital do Rêgo, ex-prefeito de Campina Grande e uma das lideranças emergentes no cenário político estadual. Ele chegou a ser punido na primeira vez em que votou pela investigação do Ministério Público sobre atos de corrupção envolvendo supostamente o presidente Michel Temer. A represália foi o afastamento de Veneziano de funções burocráticas e diretivas no âmbito do partido. A decisão foi tomada pelo diretório nacional e tanto Maranhão quanto o senador Raimundo Lira agiram para evitar a punição, que consideraram severa, não logrando êxito, porém, na investida.

Na segunda vez em que foi votado o prosseguimento da investigação, Veneziano repetiu a sua posição, mas desta feita a cúpula nacional optou por não adotar represálias. Veneziano acumula queixas, também, em virtude do tratamento que recebe dentro do PMDB paraibano. Lembra que em 2014, quando se articulou para ser ungido candidato da legenda ao governo do Estado, não sentiu firmeza em termos de apoios e do oferecimeento de infraestrutura logística para respaldar a candidatura de forma efetiva. Sentindo-se “cristianizado”, Veneziano abriu mão da candidatura, sendo substituído pelo irmão Vital do Rêgo, que não passou para o segundo turno, disputado entre Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho, com a vitória deste.

Veneziano tratou de assegurar um mandato na Câmara Federal, substituindo a mãe, Nilda Gondim, remanejada para uma suplência ao Senado. O desconforto e a insatisfação de Veneziano no PMDB provocaram convites de outras agremiações para o seu ingresso e chegou a ser cogitada a hipótese de uma candidatura sua ao governo no próximo ano com o apoio de Ricardo Coutinho caso estivesse filiado ao PSB ou a outro partido da base oficial. O parlamentar ainda avalia as opções, mas é tido como carta fora do baralho. No PMDB, que em outras épocas chegou a ter bancada expressiva na Câmara Federal, comenta-se, também, a hipótese de desfiliação do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, que vive a expectativa de assumir a titularidade, substituindo a Luciano Cartaxo, que se projeta como pré-candidato a governador pelo PSD.

Nonato Guedes