Ciro Gomes afirma que é “improvável” ter como vice um petista

O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) considera “improvável” uma aliança com o PT no primeiro turno. Reagindo à declaração do ex-ministro Jaques Wagner (PT), que admitiu que a sigla poderia indicar o vice da sua chapa, Ciro seguiu o mesmo discurso de petistas e pedetistas e descartou a possibilidade, afirmando que “compreende” e “respeita” o momento do PT e que não dará palpite sobre as decisões tomadas pelo partido.

“Não vou dar um palpite sequer sobre o rumo do PT. O PT tem naturalmente seu tempo e seu principal líder preso, tem naturalmente que dar a palavra que ele achar que deve dar na hora própria”, afirmou o ex-governador do Ceará em entrevista a uma rádio paulista, na noite de ontem.

Antes, em entrevista coletiva na 25ª Agrishow, feira de produtos agrícolas em Ribeirão Preto (SP), Ciro agradeceu a Wagner por ter cogitado o apoio do PT a sua chapa e disse que ele correu o risco de ser “mal entendido”. O próprio ex-governador da Bahia chegou a desmentir a manchete que afirmava que PT poderia ser vice de Ciro, acusando-a de manipuladora. “Não tenho duas opiniões: Lula é o candidato do PT”, escreveu Wagner nas suas redes sociais.

Em entrevista coletiva na última terça-feira (1), porém, Wagner admitiu a possibilidade, embora tenha reafirmado que a estratégia do PT é “sustentar a candidatura do Lula até que alguém diga que ele está interditado definitivamente”.

A fala levou a reação forte do líder da legenda na Câmara, o deputado federal Paulo Pimenta. “Acho que o ministro Jaques Wagner foi generoso na sua manifestação, mas não expressa posição oficial do partido”, disse. “Não há, na nossa estratégia eleitoral, qualquer possibilidade de termos candidato que não seja nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

O ex-presidente da legenda no Ceará, Francisco de Assis Diniz, secretário Estadual do Desenvolvimento Agrário, disse o mesmo: “Inexiste essa possibilidade. Não passa na cabeça de nenhum dirigente o PT não ter candidato”.

Forte crítica dos Ferreira Gomes, a deputada federal Luizianne Lins (PT), em nota, afirmou que “o PT, um partido consolidado e um dos maiores do Brasil, não pode compor uma chapa com alguém que despreza completamente os processos de construção coletiva”, referindo-se a Ciro. Ela disse acreditar que Wagner “não conhece de fato quem é o personagem Ciro Gomes” e sustentou que o momento é de “reafirmar a candidatura de Lula”.

André Figueiredo, presidente do PDT no Ceará, disse que, apesar de o apoio do PT ser positivo para a legenda, não há conversas nesse sentido. “É claro que uma aliança já no primeiro turno seria muito bem-vinda, mas nós respeitamos a decisão do PT e temos o entendimento de apoio no segundo turno”.

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, disse ainda que tem “muitas divergências” com o PT e “muitas críticas” com os seus governos, o que torna a aliança ainda mais “improvável”.

A deputada federal Luizianne Lins (PT) afirmou que “Ciro Gomes não deverá ser o candidato do PT e nem da esquerda, simplesmente porque ele nunca foi de esquerda”.

CARIRI EM AÇÃO

Com ClikPB/Foto: ClikPB

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