O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro , disse ontem que, se eleito, acabará com o que chamou de“coitadismo” de negros, gays, mulheres e nordestinos, e afirmou que políticas afirmativas como cotas para ingresso em universidade reforçam essa noção.
Em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, Bolsonaro disse que esses “coitadismos” visam a dividir a sociedade e que os brasileiros representam “um só povo, sob a mesma bandeira”. Bolsonaro disse que, quando era pequeno “não tinha essa história de bullying, o gordinho dava pancada em todo mundo, hoje o gordinho chora”.
— Tudo é coitadismo — definiu ele. — Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Tudo é coitadismo no Brasil, vamos acabar com isso.
Bolsonaro também negou que, se eleito, prejudicará estados que elegeram governadores do PT ou de partidos de esquerda, como o PCdoB. No Piauí, o petista Fernando Haddad, adversário de Bolsonaro no segundo turno, foi o candidato a presidente mais votado no primeiro turno, e o também petista Wellington Dias foi reeleito para governador.
— Tudo que pudermos mandar de recursos para estados e municípios, nós mandaremos. Eles vão definir então quais são as suas políticas internas — prometeu. — Nós não podemos prejudicar o povo do Piauí, ou de qualquer estado que seja, por ter um governador que não esteja ideologicamente alinhado conosco. Isso não existe. Vamos tratar todos os Estados de forma republicana.
Filho do presidenciável, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) teve mais um desafio ao Supremo Tribunal Federal revelado ontem. Além do vídeo em que declarava que com um soldado e um cabo seria possível fechar o STF, Eduardo também falou da Corte em outra ocasião. Em 12 de julho, durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados para a discussão do voto impresso, ele afirmou que “a gente não vai se dobrar”, caso medidas do próximo presidente sejam consideradas inconstitucionais pelo STF.
Nas imagens, Eduardo fez referência à proposta de aumentar o número de ministros do Supremo, à época, era defendida por seu pai.
— Eu acredito que, caso o próximo presidente venha a tomar medidas e aprovar projetos contrários ao gosto desse Supremo, eles vão declarar inconstitucional. E, aqui, a gente não vai se dobrar a eles, não. Eu quero ver alguém reclamar quando estiver no momento de ruptura mais doloroso do que colocar dez ministros a mais na suprema corte. Se este momento chegar, quero ver quem vai para rua fazer manifestação pelo STF.