Governo rebate críticas por exonerações de delegados que comandavam Operação Cartola

Quase uma semana depois de fazer uma série de mudanças no comando de delegacias da Paraíba, o governo do Estado resolveu se posicionar oficialmente sobre o assunto. Em nota, divulgada na noite de segunda-feira (5), a administração que as exonerações de delegados tenham qualquer relação com as investigações da Operação Cartola, que apura um esquema de manipulação de resultados no futebol paraibano. O governo, inclusive, divulgou um documento mostrando que a atuação da Polícia Civil no caso foi encerrada há cinco meses.

As exonerações dos delegados aconteceram no dia 31 de outubro e na lista dos que perderam os cargos estavam Lucas Sá e Vanderleia Gadi, respectivamente titular e adjunta, da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, responsável pela ‘Cartola’. A saída deles foi anunciada três dias após uma reportagem do programa ‘Esporte Espetacular’, da TV Globo, sobre a investigação do esquema, que citava o governador.

A matéria mostrada citava uma conversa do ex-diretor do Botafogo-PB Breno Morais com o então presidente do clube, Zezinho do Botafogo, que dava a entender que Ricardo teria conhecimento das fraudes. Breno afirma que o governador teria dito que ele deveria ter comprado o juiz de uma partida entre Botafogo e Atlético-MG, válida pela Copa do Brasil. Logo após a veiculação da reportagem, Ricardo negou qualquer interferência nos resultados dos jogos disputados na Paraíba.

Na nota divulgada nesta segunda-feira, o governo afirma qua as investigações da Cartola na Polícia Civil foram iniciadas em junho de 2017 e encerradas em 5 de junho de 2018, bem antes da mudança nas delegacias. “[É] criminosa e irresponsável qualquer insinuação apontando que a exoneração recente de delegados teve como objetivo interromper ou prejudicar investigações da referida operação”.

O governo apresentou uma certidão assinada pelo delegado João Ricardo Franca, novo titular da DDF, que comprova o término das investigações. Deixando claro que após cinco inquéritos o material foi repassado ao Ministério Público da Paraíba (MPPB). (Clique e confira a certidão apresentada pelo governo )

“Não há, portanto, que se falar em interferência de quem quer que seja dentro do processo investigatório visto que ele foi desenvolvido ao longo de um ano sem qualquer apontamento sobre supostos obstáculos e concluído há mais de cinco meses, conforme aponta certidão baseada em documentos oficiais, sem registro de eventuais óbices”, destaca o governo.

A nota enfatiza ainda que o governador Ricardo Coutinho não foi citado como parte do processo ou das investigações em nenhuma das etapas . Ressaltou ainda que a exoneração de delegados ou de quaisquer servidores que exerçam cargo comissionado, é uma praxe no processo de remanejamento de funções.

Exonerado da DDF, Lucas Sá virou adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas de João Pessoa, e Vanderleia Gadi passou a adjunta da Infância e Juventude de João Pessoa.

Jornal da Paraíba e Secom/Foto: Reprodução