João Azevêdo diz que dessalinização da água do mar feita em Israel é inviável na Paraíba

Em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta quarta-feira (09), o governador da Paraíba, João Azevêdo, afirmou que a dessalinização de água do mar feita em Israel teria um custo muito alto se fosse aplicada na Paraíba. O presidente Jair Bolsonaro promete, desde a época de campanha, uma parceria com Israel para dessalinizar a água no Nordeste.

No entanto, João Azevêdo, que desde o Governo de Ricardo Coutinho coordena as ações voltadas para a segurança hídrica, destacou que o custo para aplicação na região seria alto demais. “O custo dessa água é muito alto. O bombeamento, com o custo da energia que temos hoje, ficaria praticamente inviável”, afirmou.

Ele ressaltou que a distância do mar para o interior do Estado é muito grande. “Uma coisa é a dessalinização que acontece em Israel. Israel é um país que é paralelo ao mar. A população que demanda água está próxima do mar. Para as cidades que estão próximas do mar, o custo é bem mais baixo. Imagine um estado como a Paraíba ou Pernambuco que, do litoral até a última cidade, tem 500 a 800 quilômetros”, enfatizou João Azevêdo.

O governador citou ainda que existem soluções mais baratas do que a dessalinização para garantir a segurança hídrica no Nordeste. Ele destacou que “a Transposição é uma delas. O Eixo Leste está concluído. Falta concluir o Eixo Norte. Essa transposição funcionando adequadamente, ela pode trazer segurança hídrica por um custo muito mais baixo”.

João Azevêdo ainda diferenciou o método aplicado em Israel de dessalinização da água do mar do que hoje é feito no Estado. “Precisamos separar entre aquilo que é atendido por dessalinizadores para pequenas comunidades como nós fazemos hoje. Muitas vezes você perfura um poço e o teor de sal é muito alto. Você implanta um dessalinizador e resolve o problema. O custo desse sistema é baixo e funciona sem muita despesa para o usuário. Entretanto, para você fazer dessalinização de água do mar para grandes populações, isso, por exemplo, tem um custo muito mais alto do que trazer água do São Francisco”, afirmou o governador à Folha.