UFF confirma bloqueio de 30% de recursos pelo MEC e alerta para ‘graves consequências’

A Universidade Federal Fluminense (UFF) confirmou, em nota oficial divulgada nesta terça-feira (30), que teve 30% dos recursos da instituição de ensino bloqueados pelo Ministério da Educação (MEC).

Segundo o texto, a medida pode trazer “graves consequências” para a universidade. A instituição também alega que soube da obstrução por meio da imprensa.

O comunicado da universidade informa que as verbas bloqueadas são utilizadas para a manutenção de atividades, como bolsas e auxílios a estudantes, energia, água, luz, obras de manutenção, pagamento de serviços terceirizados de limpeza, segurança, entre outros.

“A UFF é hoje uma das maiores, mais diversificadas e pujantes universidades do país, prezando pela excelência em todas as áreas do conhecimento. A qualidade da UFF é atestada pela pontuação máxima (5) no conceito institucional de avaliação do MEC e temos o maior número de alunos matriculados na graduação entre todas as universidades federais”, diz a nota.

A instituição ressaltou que é a 16ª colocada no Ranking das Universidades do Brasil, que avalia quase 200 entidades acadêmicas.

“A UFF exerce com responsabilidade a proteção do patrimônio público e das pessoas, defendendo com firmeza o princípio constitucional da livre manifestação do pensamento, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade”, é frisado no texto da instituição.

Ainda de acordo com a nota, a universidade afirma que fará “todo o esforço institucional para demonstrar ao Ministério da Educação a necessidade de reversão dos cortes anunciados”.

‘Balbúrdia’

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo publicada nesta terça, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o corte de recursos de universidades federais que apresentem desempenho acadêmico fora do esperado e, ao mesmo tempo, estiverem promovendo “balbúrdia”.

Além da UFF, o ministro comunicou que a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade de Brasília (UnB) foram penalizadas com os cortes.

Em entrevista ao G1, nesta terça-feira (30), o reitor da Ufba, João Carlos Salles, rebateu os comentários de Abraham Weintraub e disse que a justificativa do ministro não se aplica à Ufba e que não sabe quais são os critérios utilizados pelo ministério para realizar os cortes.

“Não temos notícias sobre os critérios que são utilizados para avaliação do desempenho. Vamos indagar ao MEC, saber as motivações para esse corte de recursos e mostrar que não são pertinentes, porque a Ufba é um espaço de desempenho acadêmico positivo, com nossos indicadores melhorando a cada ano”, disse Salles.