Sumé implanta escola integral e estimula protagonismo dos alunos

O município de Sumé, no Cariri paraibano, vem se notabilizando por práticas inovadoras na área da educação. De uma forma pioneira na região a gestão municipal adotou o projeto das escolas em tempo integral na rede municipal que foi iniciado no ano passado na Escola de ensino fundamental Maria Leite Rafael e neste mês de abril chegou na Escola Padre Paulo Roberto, localizadas em áreas de vulnerabilidade social. São mais de 500 alunos da 1º a 5º ano e 6º ao 9º ano que, além das disciplinas da grade curricular participam de atividades de cultura, arte, esporte, ciência e tecnologia num segundo turno.

 A escola em tempo integral foi idealizada no Brasil ainda na década de 50, na Bahia, pelo educador Anísio Teixeira, com o nome de Escolas Parque na Bahia. A prática, contudo, foi disseminada no Rio de Janeiro na década de 80 pelo então vice-governador Darcy Ribeiro, durante o governo Leonel Brizola, que coordenou os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) no Rio de Janeiro. Era um tempo em que os esses gestores viam na educação a possibilidade de um Brasil mais justo e democrático.
Infelizmente outros governos no âmbito federal e estadual não estimularam o ensino integral e a falta de continuidade da política pública acabou prejudicando o avanço da qualidade do ensino básico e médio. Exemplos mais recentes do ensino integral como os verificados nos governos de Pernambuco, nas gestões de Eduardo Campos e Paulo Câmara e da Paraíba com Ricardo Coutinho e João Azevêdo demonstram que a prática voltou com toda a força e ganha cada vez mais espaço. A experiência também serviu de estímulo para que o prefeito de Sumé, Éden Duarte (PSB) adotasse o ensino integral para os alunos do ensino básico e médio no município com a meta de incluir novas escolas.
Na Paraíba, por exemplo, já são 153 escolas em tempo integral que beneficiam mais de 50 mil alunos em todas as regiões com resultados significativos na melhoria do desenvolvimento escolar. Práticas educativas como os concursos públicos, programas como o Gira Mundo, intercâmbio de alunos para o exterior, premiação Mestres da Educação, o Se Liga no Enem e o programa de estágio Primeira Chance, são práticas que têm criado novas oportunidades aos alunos da rede pública o acesso à universidade e o mercado de trabalho.
O secretário de Educação de Sumé, Odilon Araújo, avaliou que o ensino integral causou um efeito muito positivo no ensino-aprendizagem e os alunos já estão mais engajados e protagonistas. Odilon destacou que, além das disciplinas da base nacional e a complementação escolar nas áreas de música, esporte e informática, muitos alunos de baixa renda também se sentem mais estimulados em frequentar a escola pela alimentação oferecida com lanches e almoço.
O aluno do 6º ano da escola Padre Paulo Roberto, Geovane Lopes, 11 anos, afirmou que está muito feliz com o sistema integral. “Superou bastante as expectativas, está sendo muito legal, temos mais tempo para estudar, realizar outros projetos, sem contar na alimentação que é uma delícia”, declarou.
Experiências de escolas em tempo integral devem servir de exemplo para prefeitos e gestores como um caminho para a melhoria da qualidade da educação básica e para oferecer um futuro melhor aos nossos jovens. É preciso coragem e determinação, mas os investimentos certamente valem muito a pena e trarão bons frutos, pois como disse Sêneca: “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”.
Com Clóvis Gaião