Pela segunda vez em seis meses, o Brasil se recusa a sediar um evento oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater as mudanças climáticas. Desta vez, o governo federal cancelou o encontro regional da ONU Climate Week (“Semana do Clima”), que aconteceria entre 19 e 23 de agosto em Salvador, na Bahia.
Os organizadores ainda não foram informados oficialmente, mas já tentam uma alternativa na região para sediar o evento. A Semana do Clima integra uma série de eventos que estimulam a implementação do Acordo de Paris para que os governos sejam mais atuantes contra os efeitos das mudanças climáticas.
A negativa do presidente Jair Bolsonaro acontece no mesmo dia em que o secretário-geral da ONU alertou que as mudanças climáticas serão uma tragédia para o mundo.
“Acho péssimo para o País. A visão desse governo de meio ambiente é estreita”, protestou o secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência da capital baiana, André Fraga, à Coluna do Estadão.
Em dezembro passado, logo após as eleições, o então presidente eleito desistiu de sediar a 25ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-25) em 2019, como estava previsto, e chegou a dizer que o Brasil estaria fora da COP-25. Mas depois de intensa repercussão negativa, voltou atrás e confirmou a presença brasileira.
Na última semana, num evento histórico, todos os ex-ministros do Meio Ambiente dos últimos 27 anos se reuniram para combater as políticas de Bolsonaro e do atual ministro da pasta, Ricardo Salles.