Presidente do PSL diz que Bolsonaro “já está afastado” do partido

O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, disse que a declaração de Jair Bolsonaro sobre a legenda foi “terminal” e que ele “já está afastado” da sigla. Na terça-feira (8), Bolsonaro recomendou a um apoiador que esquecesse o PSL e afirmou que Bivar estaria “queimado para caramba”.

— A fala dele foi terminal. Ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido — declarou Bivar, nesta quarta-feira (9), à TV Globo.

Deputado federal por Pernambuco, Bivar também disse desconhecer o que se passa na cabeça de Bolsonaro e querer “paz”. Em meio à crise, o presidente do PSL ainda negou que a distribuição do fundo partidário tenha provocado a desavença entre os parlamentares do partido e o grupo de Bolsonaro.

De acordo com Bivar, o PSL seguirá apoiando as medidas do governo e que a saída do presidente “não muda nada” para o partido na defesa das pautas de retomada da economia e do combate à corrupção. O deputado pediu um encontro com o ministro da Justiça, Sergio Moro, para sublinhar que “sempre estará com os ministros”.

— Não estamos em grêmio estudantil. Ele pode levar tudo do partido, só não pode levar a dignidade, o sentimento liberal que temos e o compromisso com o combate à corrupção — acrescentou Bivar.

Bolsonaro estaria decidido a deixar o PSL

Integrantes da cúpula do PSL foram informados nesta quarta-feira de que, até o final da manhã, Bolsonaro estava decidido a sair do partido. Pessoas próximas ao presidente que tentavam remediar a questão disseram aos membros da legenda que a decisão – que já estava tomada – ficou mais difícil de ser contornada depois das declarações de Bivar.

Integrantes do PSL avaliam que, mesmo após estocar Bivar na terça-feira, Bolsonaro ainda não estava decidido sair da sigla. Eles acreditam que a gota d’água ocorreu depois que parlamentares do partido decidiram revidar e passaram a criticá-lo publicamente.

Ao site “O Antagonista”, Bolsonaro afirmou que fez uma “reclamação do bem” sobre o partido, e que o objetivo é ver mudanças na executiva, comandada por Bivar.

— Eu não quero esvaziar o partido. Quero que funcione. O PSL caiu do céu para muita gente, inclusive para o Bivar. O que faço é uma reclamação do bem. O partido tem que funcionar, tem que ter a verba distribuída, buscar solucionar os problemas nos diretórios. Todo partido tem problema. O presidente, o tesoureiro, eles têm que solucionar isso.

Com Gaúcha ZH