Pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários na PB cai 13,9% de 2006 a 2017

O total de pessoal ocupado em estabelecimentos agropecuários na Paraíba caiu 13,49% no período de 2006 a 2017, segundo os dados definitivos do Censo Agropecuário de 2017, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25). A pesquisa levantou informações sobre características do produtor, estrutura dos estabelecimentos, condição legal das terras e do produtor, agricultura familiar e características da pecuária e agricultura no estado. 

A quantidade de pessoal ocupado na atividade no estado passou de 490.317 em 2006 para 424.126 em 2017, menor número registrado desde 1975, quando o total foi de 799.632, o que representa uma queda de 46,9% nesse período.

Em contrapartida, o Censo constatou um aumento na mecanização da agropecuária paraibana, visto que a quantidade de tratores utilizados cresceu 22,99% de 2006 a 2017. O total passou de 2.896 máquinas para 3.562. 

Foi observada também uma redução de 2,43% no número de estabelecimentos, que caiu de 167.286 para 163.218. No que se refere à área total, medida em hectares (ha), foi apurado um decréscimo de 13,49% em 2017, em comparação a 2006, o que corresponde a 364,8 mil ha. 

O Censo Agro verificou que a maior parte dos estabelecimentos na Paraíba, cerca de 91%, tem até 50 ha. Aproximadamente 0,9% das unidades, 1.562, fazem parte da categoria “produtor sem área”, que inclui plantações cultivadas à beira de estradas, pesca em açudes públicos ou retirada de madeira de matas para produção de carvão. 

No que se refere à posse da terra, 71,93% dos estabelecimentos têm o produtor como proprietário. Em segundo lugar, com 12,78%, estão os casos em que os produtores são comandatários, ou seja, não são os donos, mas administram e têm o lucro dos produtos, sem pagar nada pela terra. O grupo de unidades, ligado à reforma agrária, em que os produtores são concessionários ou assentados que aguardam a titulação definitiva, representa 7,1% do total. 

Agricultura Familiar representa 47% do valor total da produção na PB

A Agricultura Familiar na Paraíba tem uma participação de 47,81% no valor total da produção no estado em 2017, segundo os dados do Censo Agropecuário. O indicador está bem acima da média do Brasil, de 22,88%.

Para ser considerada como de Agricultura Familiar, a unidade deve ter mão de obra predominantemente familiar, ter renda oriunda majoritariamente da atividade agrícola e ter um tamanho de até quatro módulos fiscais, medida estabelecida pelos municípios, que pode variar conforme a cidade. De acordo com a pesquisa, essa modalidade agrícola é a ocupação de 73,4% dos trabalhadores rurais. Além disso, representa 76,9% do total de estabelecimentos e ocupa 42,1% da área dedicada à agricultura no estado. 

Em comparação às informações levantadas em 2006, a Agricultura Familiar seguiu a tendência geral no estado e registrou redução nesses três indicadores. À época, o percentual de pessoal ocupado abarcava 82,8% do total, o número de estabelecimentos representava 86,9% e a área total 42,6%.

Ainda segundo o Censo Agro 2017, na Paraíba, 89% dos produtores são beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na categoria B, em que a família pode ter renda bruta de até R$ 20 mil ao ano. 

Mais de 80% dos produtores agropecuários não recebem orientações técnicas

Em relação à orientação técnica – como para plantio, criação dos animais ou armazenamento – 82,7% dos produtores informaram que não receberam instruções. O coordenador técnico do Censo Agropecuário 2017 na Paraíba, José Rinaldo de Souza, destacou que houve um aumento significativo na taxa daqueles que recebem, que passou de 9,2% em 2006 para 17,3% em 2017, mas que o indicador ainda é baixo. 

Segundo os dados do IBGE, a maior parte da assistência técnica é fornecida pelos governos – seja federal, estadual ou municipal – seguida por orientação própria; cooperativas; “outra” e organizações não governamentais (ONGs). 

Das unidades agropecuárias no estado, 89,7% tinham energia elétrica em 2017, o que demonstra uma melhoria nas condições observadas no Censo Agro de 2006, ano em que esse percentual era de 81,4%.

Os dados apontam ainda que apenas 16,2% dos produtores paraibanos obtiveram financiamento. Desses, 93,8% tiveram como fonte os bancos, 8,9% os governos e 1,53% as cooperativas de crédito. Embora o percentual seja relativamente baixo, é maior do que o constatado em 2006, de 14,9%.

Cerca de 40% dos produtores não sabem ler e escrever

Durante o Censo de 2017, 40,5% dos produtores afirmaram que não sabiam ler e escrever. O percentual, que ainda é alto, indica uma melhora na situação observada em 2006, quando essa taxa foi de 44,8%.

Paraíba é o 2º maior produtor de abacaxi do Brasil

Com cerca de 97,74 milhões de abacaxis produzidos em 2017, a Paraíba foi o 2º maior produtor do no Brasil, atrás apenas de Minas Gerais, com 118,11 milhões de frutos, de acordo com os dados definitivos do Censo Agropecuário 2017. 

Embora tenha tido a 3ª menor área colhida entre as lavouras temporárias no estado, o abacaxi ocupa o 2º lugar no que se refere ao valor da produção dessa categoria, com R$ 82 milhões. O montante é inferior ao observado para a cana-de-açúcar, de R$ 446 milhões, produto que também teve a maior área colhida. 

Ainda como resultado das lavouras temporárias, a Paraíba foi, em 2017, o terceiro maior produtor de fava em grão do país, com 3 mil toneladas. Na primeira posição, está o Ceará, com 8,2 mil toneladas, seguido por Pernambuco, com 3,18 mil toneladas.

Já no que se refere às lavouras permanentes pesquisadas, a de banana apresentou a maior área colhida e teve o maior valor da produção no estado, de R$ 51,87 milhões. Em segundo lugar, para os dois indicadores, está o coco-da-baía, com um valor de R$ 40,32 milhões. 

Em relação à horticultura, o Censo constatou que os principais produtos paraibanos são o inhame, com um valor de produção de R$ 20,9 milhões; a batata-doce, com R$ 18 milhões; e o coentro, com 14,3 milhões. 

Paraíba é o maior produtor de leite de cabra do Brasil

A Paraíba é o maior produtor de leite de cabra do país, conforme verificado pela pesquisa. Em 2017, a produção foi de 5,5 milhões de litros, seguida pela Bahia, com 5,3 milhões, e por Minas Gerais, com 4,09 milhões.