Neurocirurgiões realizam endoscopia de coluna no Hospital Universitário


OHospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh, realizou cirurgia endoscópica de coluna na instituição, nova técnica para tratar doenças na coluna, a exemplo de hérnia de disco. O procedimento aconteceu no bloco cirúrgico do HULW.

A principal diferença entre a cirurgia com endoscópio e a convencional é que, no primeiro caso, o cirurgião consegue visualizar, por meio de uma câmera acoplada ao sistema, o local exato da doença através de monitores de alta definição. Além disso, na endoscopia, o tempo de procedimento é reduzido e a técnica é minimamente invasiva.

A paciente de 44 anos beneficiada com a endoscopia de coluna recorreu ao ambulatório de Neurocirurgia do HULW se queixando de dores na região da coxa e perna esquerdas devido a uma hérnia de disco. Ela reside em um município do interior do Estado.

“A paciente apresentava quadro de dor lombar irradiada para o membro inferior esquerdo (lombociatalgia). As manifestações clínicas eram decorrentes de hérnia de disco lombar no nível L4/L5”, detalhou a neurocirurgiã do Hospital, Juliete Diniz.

A equipe informou que o procedimento, que aconteceu no dia 29 de novembro, foi rápido e a paciente teve alta no dia seguinte, tempo de internação menor do que o estimado nos casos de cirurgia tradicional de coluna (microdiscectomia), o qual gira em torno de dois dias desde que não haja complicações.

“A cirurgia foi realizada com sucesso, sem intercorrências. A paciente referiu alívio imediato da dor. Foi para a enfermaria e recebeu alta hospitalar no dia subsequente”, afirmaram.

Foto: Ascom

Foto: Ascom

Outra diferença deste tipo de procedimento, além do tempo menor de internação, foi a técnica anestésica utilizada.

“O paciente neste caso não foi submetido à anestesia geral. Trata-se de um procedimento rápido, não desconfortável para o paciente e que permite monitoração intra-operatória”, definiu. A equipe cirúrgica foi composta por Juliete Diniz e Daniel Paz.

Sobre a endoscopia de coluna

A médica Juliete Diniz afirmou que a endoscopia de coluna é indicada com maior frequência para o tratamento de hérnia de disco lombar, podendo ser empregada também para tratar outras patologias da coluna, como estenose de canal ou foraminal.

A técnica endoscópica oferece algumas vantagens em relação à técnica tradicional: procedimento menos invasivo, provoca menor lesão tecidual, menor tempo gasto durante a cirurgia, menos dor pós-operatória, reabilitação precoce, possibilidade de realização com anestesia local e sedação e alta hospitalar mais rápida.

Segundo o médico Daniel Paz, a técnica tradicional consiste em realizar a incisão de cerca de seis centímetros na região lombar, além de dissecção muscular e remoção de estruturas ósseas para acessar o fragmento discal herniado.

“Na técnica endoscópica, a incisão é de menos de um centímetro por onde o endoscópio é inserido, permitindo a remoção da hérnia com preservação da musculatura e estrutura óssea e ainda assegurando uma recuperação mais rápida da paciente”, frisou.

Principais vantagens do uso do endoscópio

Pode ser realizado com anestesia local e sedação;
Incisão menor na pele;
Menor dano tecidual;
Procedimento mais rápido;
Baixa taxa de infecção e outras complicações
Reabilitação precoce
Sobre a Ebserh

O Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB) integra a Rede Ebserh desde dezembro de 2013. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais.

O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.