Dólar renova recorde e fecha perto de R$ 4,32

O dólar fechou em alta e renovou recorde nominal (sem considerar a inflação) mais uma vez nesta sexta-feira (7), fortalecido também no exterior por conta de dados econômicos positivos dos EUA e repercutindo a desaceleração da inflação brasileira.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 0,82%, vendida a R$ 4,3198. Veja mais cotações. Na máxima da sessão, marcou R$ 4,3234 – o maior valor já atingido durante as negociações.

No dia anterior, fechou em forte alta de 1,08%, vendida a R$ 4,2847. No ano, acumula alta de 6,86%. O recorde de fechamento, até agora, é de R$ 4,2850, alcançado em 31 de janeiro.

Cenário local

O movimento de alta do dólar está alinhado com a valorização da moeda em relação a outras de mercados emergentes. No entanto, mesmo com a cotação nas alturas, os juros futuros se ajustam em baixa, após a inflação oficial de janeiro ficar abaixo da expectativa do mercado, destaca o Valor Online.

O IPCA de janeiro registrou o menor nível para o mês desde o início do Plano Real ao subir 0,21%. Isso voltou a trazer questionamentos sobre o espaço para novos cortes da Selic, mesmo depois de o Banco Central declarar que é adequada a interrupção do afrouxamento monetário, segundo o Valor Online.

A analista You-Na Park-Heger, do Commerzbank, nota que o real sofreu significativamente nas últimas semanas com especulações de cortes nas taxas de juros.

“Agora que isso aconteceu e o BC anunciou que não há mais reduções na agenda, o real não deve sofrer mais pressão de depreciação por esse lado. No entanto, a taxa de juros historicamente baixa permanece um fator oneroso para o real, especialmente porque o juro real está próximo de zero”, diz a analista.

Assim, o Commerzbank não espera uma recuperação do real por enquanto e diz que a moeda brasileira continua vulnerável a fases de maior aversão a risco.

Além disso, continuam no foco as preocupações dos investidores com o coronavírus e com o impacto sobre a economia. Ontem, os economistas do J.P. Morgan revisaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2% para 1,9%, na esteira da disseminação do novo vírus.