Após ter sido pedreiro e rodado por 11 times pequenos, paraibano Tiquinho Soares brilha no futebol europeu e vale R$ 264 milhões: ‘nunca abaixei a cabeça’

O atacante Tiquinho Soares, 29 anos, tem se destacado nas últimas temporadas do futebol europeu. Natural de Sousa, no Sertão da Paraíba, o atacante teve uma ascensão meteórica em dois anos e hoje está contratado pelo Porto, de Portugal, no valor de 40 milhões de euros (R$ 264 milhões).

Em entrevista ao ESPN, o esportista contou sobre as dificuldades no início da carreira até a sua ascensão como um dos principais astros do futebol europeu: “Eu rodei demais, mas nunca abaixei a cabeça. Quando fechava uma porta eu ia atrás de outra”, disse Tiquinho. Ele contou que chegou a trabalhar como pedreiro, vendedor de sacolé, e rodou por onze clubes menores no Brasil, mas nunca desistiu.https://www.youtube.com/embed/vwfiKvKvV_Y

Ele saiu do Nacional-POR e passou por Vitória de Guimarães-POR antes de chegar ao Porto no meio da temporada 2016/2017. Desde então, foram dois títulos do Português e 64 gols marcados. O atacante, que foi observado por Tite, deu entrada no passaporte europeu e poderá em breve ser chamado por Portugal.

O contrato de Tiquinho com o Porto, que tem multa rescisória de 40 milhões de euros (R$ 264 milhões), vai até o meio de 2021.

Começo fora do futebol      
Foi uma época difícil no sertão da Paraíba e passando dificuldade junto com meus pais. Ajudei de várias formas. Eu e minha irmã vendíamos sacolé, gelinho, para ajudar nossos pais que trabalhava. Nos sábados tinham jogos, minha mãe fazia e íamos vender no campo de futebol.

Como virou jogador           
Não era uma ambição que tinha mais jovem, mas depois que fui para Natal comecei a jogar nos campos de barro e acabei gostando. Depois, em 2008 fui artilheiro na minha primeira competição. Daí, o futebol virou minha cabeça.

Rodou por 10 times no Brasil        
Eu rodei demais, mas nunca abaixei a cabeça. Quando fechava uma porta eu ia atrás de outra. Fui para o Cerâmica-RS e fiz um bom Campeonato Gaúcho. Passei no Veranópolis-RS muito bem com o treinador Julinho Camargo, que me levou para outras equipes. Sou muito grato.

Chegou a ficar desempregado          
Na maioria das vezes eu jogava nessas equipes que não tem calendário eu só jogava o Estadual por uns três meses. Depois ia trabalhar com meu pai como servente de pedreiro ou inventava outra coisa.

Como surgiu Portugal         
Foi tudo muito rápido. Eu estava no Veranópolis e apareceu a chance de ir para o Nacional da Ilha da Madeira. Não pensei duas vezes porque quando não se tem oportunidade precisa dar tiro. Eu atirei certo ao vir para cá com a força Josivaldo Alves, presidente do CSP-PB e do Deco. Deu certo. Fiz seis meses, renovei meu contrato e fiz um bom campeonato marcando 16 gols e fui para o Vitória de Guimarães.

No Vitória de Guimarães virou sensação do Português          
Foi um projeto muito bom. Nas primeiras rodadas eu já consegui me destacar e foi uma grande temporada. Fiz muitos gols em apenas seis meses. Foram espetaculares e virou sempre vou lembrar deste momento.