MPRJ denuncia empresário e amigo que filmaram mulheres praticando ioga na Lagoa, Zona Sul do Rio

O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) denunciou os dois homens que gravaram vídeos expondo mulheres praticando ioga na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio. A dupla gravou imagens de duas amigas enquanto elas faziam acroioga – prática de ioga com acrobacias. O vídeo foi compartilhado em redes sociais.

Nas imagens gravadas em agosto, eles fazem gestos de cunho sexual e aplicam zoom no celular para registrar o momento em que uma das mulheres tenta ficar de ponta-cabeça. A Polícia Civil indiciou os envolvidos no último dia 17 de agosto.

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Zona Sul e Barra da Tijuca informou ao G1 que Ricardo Machado de Sá Roriz e Celso Lins Bastos são acusados dos crimes de perturbação da tranquilidade e ato obsceno. O processo foi distribuído na 33ª Vara Criminal.

“Não cabia”, diz advogado dos acusados sobre repercussão

Mulher denuncia assédio sofrido na Lagoa enquanto praticava ioga

O advogado de defesa dos denunciados, Valdo Tavares, afirmou que vai tentar uma proposta de transação penal, ou seja, retirar o processo contra os réus em troca de restrições de direito. Segundo ele, uma das vítimas tentou dar uma amplitude ao caso “que não cabia”.

“Vai abrir o nosso prazo para defesa e nós vamos ‘falar’ no processo. A defesa vai pugnar pela aplicação da Lei 9.099. Essa é a lei aplicada em crimes de menor potencial ofensivo, onde não se discute a culpa de ninguém. É feita uma proposta de transação penal, onde a parte aceita ou não”, disse o advogado Valdo Tavares.

“Deixaria de haver o processo contra o réu. Por um período de dois anos, ele se submeteria a algumas restrições de direitos como, por exemplo, talvez não frequentar aquele local da Lagoa por um ano. Algumas restrições de direito apenas, coisas simples por se tratar de menor potencial ofensivo. A ofendida quis dar uma amplitude na situação que não cabia. Essa é a verdade. É um crime de menor potencial ofensivo”, completou o advogado de defesa.

Dias depois da repercussão do caso em que o vídeo foi publicado na internet, outra vítima registrou ocorrência por ter passado pelo mesmo constrangimento. Ela também praticava ioga na Lagoa Rodrigo de Freitas e foi filmada pelo empresário Ricardo Roriz.

G1