Escritora paraibana Lourdes Ramalho recebe título de Doutora Honoris Causa pela UEPB

A dramaturga paraibana Lourdes Ramalho foi homenageada na tarde da última sexta-feira (27), pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A instituição de ensino organizou uma reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) e Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), com o objetivo de outorgar, in memoriam, à professora, dramaturga e poetisa, o título honorífico de Doutora Honoris Causa.

A homenagem póstuma para Lourdes Ramalho, decorreu de uma proposta encaminhada pelo Departamento de Letras e Artes (DLA) do Centro de Educação (CEDUC), por meio dos professores Diógenes Maciel e Ludmila Mota de Figueiredo Porto, tendo como relatora a professora Ivonildes Fonseca.

A solenidade foi presidida pelo reitor Rangel Junior e aconteceu no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP). Além do reitor o evento contou com os conselheiros Francisco de Assis Batista, Alexandra Teixeira e José Luan da Costa, e com o secretário de Educação da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Rodolfo Gaudêncio. 

A escritora foi representada na cerimônia pelo filho, George Suetônio Ramalho, que recebeu a honraria das mãos do reitor e pela neta Luana Ramalho, que recebeu um troféu da UEPB como mais uma reverência ao brilhantismo da autora.

Outros familiares, amigos e admiradores da escritora participaram da solenidade de forma presencial e remota. Também participaram do evento, o pró-reitor de Cultura, José Cristóvão de Andrade, uma das curadoras da Sala de Cordel do MAPP, Joseilda Diniz, a pró-reitora de Gestão Administrativa (PROAD), Eliana Maia, o coordenador de comunicação da UEPB, Hipólito Lucena, a diretora adjunta do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), Vaneide Silva Lima, o curador da Sala de Artesanato do MAPP, Angelo Rafael, Luciano Albino Barbosa, pró-reitor de Planejamento da UEPB; Maísa Marques e Antônio Augusto Pereira de Sousa, entre outros. Ainda estiveram na iniciativa, o presidente do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), Wanderley de Brito, e Maria Ida Steinmuller.

O evento foi oficialmente aberto com o hino nacional, puxado pela sanfona de oito baixos do professor do Centro Artístico Cultural (CAC), Luizinho Calixto, e a posterior leitura da Resolução de Outorga, pelo chefe de gabinete da UEPB, professor Ricardo Soares. 

O filho de Lourdes, George Ramalho, ressaltou a felicidade e o orgulho da família pela ocasião e distinção concedida. “Agradecemos aos que colaboraram para esse evento acontecer. Foi uma caminhada gratificante, muitos títulos dados quando ela estava viva e bem lúcida. Essa homenagem coroa todas as recebidas anteriormente”, disse. 

Rangel Junior enfatizou ser um desejo seu que essa oportunidade ocorresse ainda no exercício de seu reitorado. “É com alegria que saúdo especialmente os familiares. Eles carregam em si essa herança cultural tão rica, além do enorme tesouro afetivo que ela construiu com cada um ao longo de sua vida, de maneira humana e amorosa. Na memória de todos, fica o registro de reverência a essa mulher que deu voz sobretudo aos oprimidos do Nordeste”, afirmou.

José Cristóvão de Andrade explanou que, notadamente nos últimos anos, a UEPB veio fazendo diversas manifestações de respeito e admiração a Lourdes e com a presença dela, inclusive no Museu. “A Instituição assim expressa seu carinho àquela que com imaginação e engenho nos mostrou um ideário regional carregado de vivacidade, de identidade e musicalidade”, enfatizou.

Professor do Centro Artístico Cultural da UEPB, o ator Chico Oliveira apresentou uma performance com recortes do espetáculo “As Velhas”, do qual fez parte em 1987, com direção de Moncho Rodriguez. “Foram duas canções. Uma delas se refere aos retirantes, a outra retrata o sofrimento das mães nordestinas, na luta pela sobrevivência”, detalhou.

Chico encenou, igualmente, um trecho da peça “A Feira”. “Foi a minha singela demonstração de apreço e gratidão a Lourdes. Minha relação com ela é estreita, vem desde o início da minha carreira no teatro, em 1982, quando a conheci. Fiz várias montagens, a primeira foi Fogo-Fátuo e teve a direção de Hermano José. Participei de infantis também, como Corrupio e Tangará, Dom Ratinho e Dom Gatão, através do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, fundado por ela e que tive a graça de integrar”, assinalou.

Para Chico, a lembrança de Lourdes ficou não só como um dos pilares da profissão escolhida por ele, mas como a imagem de uma pessoa acolhedora, gentil, generosa, incentivadora. “Ela era uma mãezona, nos dava o melhor dela, estar aqui nesse momento é emocionante para mim, pois como ator me sinto envaidecido, lisonjeado de ter convivido com ela e de ter dado vida aos personagens que criou”, endossou.

ClickPB