Peixe-boi resgatado na Paraíba recebe nome de “guardião” de área de preservação ambiental do Litoral Norte

Segundo publicação compartilhada pelo ICMbio, o animal resgatado passará a se chamar “Biruca”, em alusão ao mais antigo funcionário do Projeto Peixe-Boi​ na Paraíba, Geraldo de Brito​.

O filhote de peixe-boi resgatado em 15 de março na praia da Barra do Gramame, em João Pessoa, foi “batizado” pela equipe do projeto Viva o Peixe-Boi Marinho e da Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape na última semana. Segundo publicação compartilhada pelo ICMbio, o animal resgatado passará a se chamar “Biruca”, em alusão ao mais antigo funcionário do Projeto Peixe-Boi na Paraíba.

Geraldo de Brito, o “Biruca” tem 73 anos e é natural do município de Marcação. Aos 16 anos, ele foi para a Barra de Mamanguape para trabalhar na pesca e na catação de marisco. Desde 1993, ano da fundação da Área de Preservação Ambiental, passou a atuar com a temática. Entre suas funções, está o monitoramento da entrada e saída de peixes-boi no rio Mamanguape por meio de uma cabine de monitoramento localizada no “pontal”.

A APA existe em uma área pertencente à quatro municípios: Lucena, Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição. No local, podem ser vistas fêmeas com filhotes, além de grupos do mamífero. Isso tudo, porque nessa região há boa qualidade da água, sítios de atenção (locais cercados dentro do mangue para a readaptação do mamífero) e águas protegidas por um extenso recife de corais.

A Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) com o apoio da Petrobrás realiza o monitoramento do animal não só no Rio Tinto, mas em grande parte da costa nordestina através do projeto denominado “Viva o Peixe Boi Marinho”. De acordo com o pesquisador João Carlos Gomes Borges, coordenador do projeto, apesar de parte dos animais terem sido soltos na Paraíba, como eles estão livres, eles podem permanecer ou não na região.

“Alguns se encontram na APA do Mamanguape, mais precisamente no estuário do rio Mamanguape. Em outras ocasiões podem se deslocar, então, tem momento que alguns animais se encontram na região de Cabedelo e em qualquer outro local que o animal, por ventura, tenha algum tipo de motivação para se descolar”, explicou.

Os estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba são os que mais se observam o encalhe dos peixes-bois.

Relembre o resgate

O filhote resgatado na Barra do Gramame, Litoral Sul da Paraíba, tem aproximadamente 37 quilos e 1,30 metros e ficará sob os cuidados da equipe do CMA/ICMBio durante o processo de reabilitação, que dura em média quatro anos.

Ao chegar ao local, as equipes constataram que se tratava de um filhote recém-nascido, pois  ainda com resquícios de cordão umbilical. Imediatamente iniciaram os primeiros atendimentos e já conduziram o animal para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, localizado na Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco.  Os filhotes resgatados passam em torno de dois anos em processo de amamentação, para isso eles são transferidos para uma unidade de reabilitação, hoje localizada em Itamaracá, que tem condições apropriadas para recebê-los.

Os encalhes podem acontecer por diversos motivos: os animais podem estar doentes, intoxicados ou nadando em locais desconhecidos. Pode acontecer ainda de eles serem capturados acidentalmente em redes de pesca ou serem atropelados por embarcações. Há casos, também, de ocorrer encalhe de filhotes de peixes-bois-marinhos, pois geralmente as fêmeas procuram ambientes mais calmos, como mangues e estuários, para o nascimento de seus bebês.

 

FONTE: Click PB