Bolsonaro, sobre atos de 8/1: “Foi armadilha da esquerda”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (foto) disse na sexta-feira, 5, que os atos de vandalismo nos prédios das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, foram uma armadilha da esquerda, e não tentativa de golpe de Estado.

“Nós temos a certeza de que aquilo foi uma armadilha por parte da esquerda. Infelizmente, não foi para frente a investigação. Nem o próprio general G. Dias fez parte do corpo final da CPMI. Então, a CPMI não serviu para absolutamente quase nada. Lamentável. Não é do pessoal que nos segue, que nos acompanha, pessoal bolsonarista, pessoas de direita, pessoal conservador nunca foi de fazer isso aí”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.

Bolsonaro também criticou as penas impostas aos réus do 8 de janeiro: “Nem traficante pega 17 anos de prisão”.

“Lamentamos também as punições altíssimas que as pessoas sofreram. Até porque são culpadas, segundo o relator do STF, de uma tentativa armada, de mudar o estado democrático de direito. E nenhuma arma foi encontrada.”

Disse ainda que as invasões não configuram golpe de Estado: “Quem vai dar golpe com velhinhos, com pessoas idosas com bíblia debaixo do braço, com a bandeira na outra mão, com pessoas do povo, com vendedor de algodão-doce, com motorista de Uber, com menor de idade, com criança?”, questionou.

Gilmar Mendes responsabiliza Bolsonaro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou em entrevista à agência de notícias AFP que a responsabilidade política do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos atos ocorridos em Brasília é inegável.

“A responsabilidade política [de Bolsonaro] é inequívoca. Eu acredito que até mesmo os militares não retiraram esses invasores, esses manifestantes, por conta de algum estímulo que havia por parte da Presidência da República”, disse o ministro da Suprema Corte.

Cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se há elementos suficientes para denunciar Bolsonaro no inquérito que investiga os responsáveis pelos atos golpistas na capital. A PGR analisa se o ex-presidente instigou seus apoiadores contra as instituições e incentivou a não aceitação dos resultados eleitorais.